Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

IDEOLOGIA DO CONSENSO - Universo Linguístico do Poder (1)


O universo Linguístico do Poder

É pois desejável ressignificar as coisas, o mundo e a sociedade, pugnando pela construção de um modo alternativo ao modelo neoliberal, numa época em que a distinção entre capitalismo e democracia parece ter sido esbatida e a liberdade reduzida a uma estratégia de mercado.
A apologética da política económica neoliberal rege-se por uma teia de conotações e associações de palavras como flexibilidade, maleabilidade, desregulamentação, reajustamentos, reformas estruturais, que tendem a fazer crer que a mensagem neoliberal é, usando as palavras de Pierre Bourdieu, “uma mensagem universalista de libertação”.
Este recurso a uma linguística fraudulenta e mistificadora permite institucionalizar um léxico que incorpore os pressupostos que o Poder pretende perpetuar. A descodificação de palavras impregnadas de ideologia permite, segundo François Chesnais, apreender as linhas básicas do processo de internacionalização do capitalismo bem como o festival de termos “vagos e ambíguos” que se tornaram dominantes no discurso político e económico recente: austeridade, meritocracia, zona de conforto, inevitabilidades, emigração, empreendedorismo, partilha de objectivos, construção do futuro, precariedade, piegas e preguiçosos, subsidio-dependentes, deslocalização, sacrifícios repartidos, histeria.
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