Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A IDEOLOGIA DO CONSENSO - Sobre o Dogmatismo Neoliberal (IV)



Quarto número da série  A Ideologia do Consenso

Sobre o Dogmatismo Neoliberal

O problema da veracidade de uma religião é uma coisa e o da sua utilidade outra. Estou tão firmemente convencido da nocividade das religiões como o estou da sua falsidade. Considero as grandes religiões, sem excepção, como falsas e nefastas (Bertrand Russel).

O caráter dogmático e mistificador do discurso neoliberal é, hoje, uma evidência. Intelectuais dos mais diversos quadrantes têm denunciado o fundamentalismo ideológico implícito no discurso económico dominante.
Os seus evangelizadores não se cansam de afirmar que não há alternativa ao modelo neoliberal e ao mercado. A pretensa infalibilidade dos modelos e dos ajustamentos estruturais, tão ao gosto dos neoliberais, têm lançado o caos, o empobrecimento e o retrocesso social nos países reféns das políticas dos agiotas internacionais patrocinadas por instituições antidemocráticas como o Fundo Monetário e, mais recentemente, pela santíssima trindade: UE,BCE e FMI.
Pressionados pelo FMI e pela União Europeia a pôr as contas públicas em ordem, os países em crise entraram em forte recessão, as falências e o desemprego dispararam, mas a dívida e o défice do Estado mantêm-se fora de controlo.
Para Samir Amin, o crescimento explosivo do investimento financeiro requer, e alimenta-se, da existência  de
dívida em todas as suas formas, especialmente da dívida soberana. Quando os governos que estão no  Poder dizem estar perseguindo a redução da dívida, estão mentindo deliberadamente.

CONTINUA

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