Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

IDEOLOGIA DO CONSENSO (15)






A PROPÓSITO DA SOBERANIA (conclusão)

De facto, a linha divisória entre PS e PSD é uma farsa que se fundamenta na ideologia do consenso., escrevíamos no final do número anterior.O expectável é que surja, e se manifeste, o conflito real entre interesses diferentes e diferentes visões de futuro. Recordo Mészáros: Num momento de grande contraste entre as promessas do passado e as condições realmente existentes, o que está em jogo é o “fenecimento do Estado”, uma vez que, apesar de dominar o parlamento, o capital é uma força “extraparlamentar por excelência”.
A crítica do sistema parlamentar segundo uma perspectiva radical encontramo-la vigorosamente expressa já no século XVIII nos escritos de Rousseau. Partindo da posição de que a soberania pertence ao povo e portanto não pode ser legitimamente alienada, Rousseau também defendeu que pela mesma razão não pode legitimamente ser transformada em qualquer forma de abdicação representativa.
"Mudar é o que precisamos de fazer todos em Portugal" «O país precisa, com urgência, de um amplo programa de mudança que nos retire deste estado de descrença e de crise profunda em que vivemos. As reformas a empreender já não são uma opção; são uma necessidade imposta pela realidade. Terá de ser um programa de acção que rompa com o actual cenário de estagnação e de empobrecimento.» disse repetidamente Passos Coelho durante a campanha eleitoral.
Chegado ao governo, agiu em sentido contrário às promessas eleitorais. O povo mergulha numa miséria insuportável, vê-se confrontado com a perda de direitos considerados até então elementares, e toma paulatinamente consciência da inqualificável traição e demagogia dos dirigentes do seu país. Impostos, aumento do horário de trabalho, abolição de subsídios, congelamento de salários, despedimentos em massa, redução das pensões, acréscimo das taxas moderadoras nos hospitais - eis alguns aspectos da política obscena deste Executivo, que tende a agravar-se cada vez mais.
Depois, num acesso de amnésia temporária afirma-se que foi o PS que subscreveu o memorando. Este tem a assinatura, a concordância e a iniciativa de todos os partidos do arco do Poder os quais participaram no debate que precedeu a assinatura do pacto de agressão. E mais: quem não se recorda do triunfalismo do PSD manifestado através dessa figura omnipresente que dá pelo nome de Catroga?
«Portanto, diria que aquilo de mau que existe no programa da 'troika' é um aprofundamento do PEC4, aquilo que de bom existe são as preocupações sociais, as medidas viradas para o crescimento, competitividade e emprego. Portanto, aí ficou demonstrado quem é que influenciou positivamente a pílula amarga que o país é obrigado a suportar por culpa exclusiva dos governos do senhor José Sócrates», sublinhou Catroga. O coordenador do programa eleitoral do PSD disse ainda que os social-democratas não defendem «em princípio» o aumento de impostos.
Tal como no colonialismo clássico, a libertação das garras dos exploradores é condição indispensável para a autodeterminação dos povos. As origens e a erradicação de um e de outro, estão ancorados na mesma matriz ideológica o que permite concluir por uma certa similitude nas formas e no conteúdo. Daí o carácter de urgência na busca de alternativas à globalização do capitalismo e da farsa democrática que o suporta.
Nas colónias, o interlocutor válido e institucional do colonizado, o porta-voz do colono e do regime de opressão é o polícia e o soldado, como escreve Fannon. Nos territórios sob a tutela do FMI, as colónias do século XXI, o porta-voz do Fundo Monetário e das instituições aliadas, são governos de estirpe neoliberal que se apresentam ao eleitorado com um simulacro dum programa que tem muito pouco a ver com os acordos de “ajuda financeira”, subscritos por bandos de malfeitores.
É o traiçoeiro complexo do conquistador. É o regresso ao passado e insistindo na ideia de que ele ainda é o presente. É o embuste. É um neocolonialismo suave, adocicado.
Acomodarmo-nos ou resistirmos a esta espécie hodierna de colonialismo é a alternativa que nos é oferecida. Recordo, aqui e agora, o incontornável Movimento Social: QUE SE LIXE A TROIKA! QUEREMOS AS NOSSAS VIDAS! o povo é quem mais ordena

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