Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

IDEOLOGIA DO CONSENSO (9)

Através dos programas de ajuste estrutural, elaborados com o objetivo de indicar aos países endividados os meios para a obtenção dos recursos necessários ao pagamento dos juros, os especuladores condicionam sistematicamente seu "auxílio" financeiro à colocação em prática dos “mandamentos” elaborados e definidos pelo esquadrão da morte das economias em crise. Funcionários da 5ª ou 6ª linha, permitem-se evangelizar e controlar países soberanos: dão entrevistas aos chamados jornais de referência, aparecem nos ecrãs das televisões públicas e privadas e debitam fórmulas e penitências que deverão ser escrupulosamente observadas pelos cidadãos e respectivos governos: é a lei divina, ponto fundamental, indiscutível e subordinador dos comités de especulação financeira.
Pressionados pelo FMI e pela União Europeia a pôr as contas públicas em ordem, os países em crise entraram em forte recessão, as falências e o desemprego dispararam, mas a dívida e o défice do Estado mantêm-se fora de controlo.
Recordo Samir Amin:
"O crescimento explosivo do investimento financeiro requer e alimenta-se, da existência de dívida em todas as suas formas, especialmente da dívida soberana. Quando os governos que estão no poder dizem estar perseguindo a redução da dívida, estão mentindo deliberadamente".


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