Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

IDEOLOGIA DO CONSENSO (14)



A PROPÓSITO DA SOBERANIA
Se nos querem vergar e forçar a aceitar o desemprego, a precariedade e a desigualdade como modo de vida, responderemos com a força da democracia, da liberdade, da mobilização e da luta. Queremos tomar nas nossas mãos as decisões do presente para construir um futuro. (Manifesto do Movimento “Que se Lixe a Troika)

Os chamados programas de ajuste estrutural, “sugeridos” pelas oligarquias financeiras e vigiados por instituições antidemocráticas como o FMI, condicionam o “auxílio” financeiro anunciado solenemente pelos assaltantes dos CIEDS (Comités Internacionais de Especulação das Dívidas Soberanas), ao cumprimento dos mandamentos da política austeritária comandada pela troika.
Esta política, concebida, coordenada e imposta pela troika é um crime cometido contra a humanidade. Naturalizam o empobrecimento, o desemprego e a violação dos mais elementares direitos dos trabalhadores. Afastam os cidadãos do acesso à saúde, privatizam a água e a energia, lançam o caos na Educação e tratam os reformados, os funcionários públicos, os jovens e os professores como o inimigo público a abater.
“É precisa uma aliança para bem de Portugal onde todos saibam contribuir para nos tirar deste atoleiro, e isso consegue-se com um compromisso social entre empregadores e trabalhadores e não com uma luta de classes onde ganha sempre o mais forte” (Paulo Portas).
Não é necessária muita imaginação para se perceber que os trabalhadores são o elo mais fraco. Reformar ou humanizar o capitalismo, reformá-lo através de uma suposta conciliação de classes, é, como diz o ditado popular, chover no molhado.
No quadro da democracia portuguesa, dita representativa, está completamente fora de questão o reconhecimento de que a soberania pertence ao povo. Em questões fundamentais e decisivas, como a adesão à União Europeia, por exemplo, o povo foi consultado?
O que existe, de facto, é a farsa democrática: os poderes dominantes recorrem a “eleições” como o meio por excelência de busca do voto de “clientelas” o que lhes permite reproduzir a ordem estabelecida, isto é, mudar para nada mudar.
A farsa democrática manifesta-se também mediante uma possível “alternância”, entre PSD e PS, sem que se vislumbrem alternativas radicalmente diferentes. E, sem a possibilidade real de alternativa real, não há democracia. Como diz o ditado, estamos na presença de farinha do mesmo saco. De facto, a linha divisória entre PS e PSD é uma farsa que se fundamenta na ideologia do consenso.
CONTINUA

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